segunda-feira, 29 de março de 2010

Do tamanho do Rádio

Radialista afirma que Twitter vem para ficar e revolucionar a rotina dos profissionais do setor


Por Andréa Garbim

Palestra sobre a importância do Twitter na atuação do rádio foi destaque da Semana da Comunicação, da Universidade Nove de Julho, em São Paulo. Na oportunidade o repórter e locutor da rádio CBN Thiago Barbosa falou sobre a evolução do twitter e também detalhou sua atual experiência profissional com a nova ferramenta, que tem dado êxito às principais matérias divulgadas no dia-a-dia.

É fato que hoje os profissionais da área da comunicação, inclusive os jornalistas, devem estar “lado a lado” com a evolução e convergência das mídias, aprendendo cada vez mais o que ela pode oferecer aos veículos de comunicação, em especial o rádio. Segundo Barbosa, de todas as mídias sociais, o twitter foi a que veio para ficar, pois é a ferramenta mais usada e “tem o tamanho do rádio”.

Durante a palestra, Thiago Barbosa descreveu as atividades rotineiras do rádio e deu vários exemplos de como o twitter pode ser usado em benefício desse veículo. O jornalista também afirmou que a nova mídia trouxe mais senso de humor para o rádio – o que é uma boa estratégia para se criar uma comunicação mais linear. “O rádio no Brasil é, de longe, o veículo de comunicação melhor resolvido. Até porque desenvolveu um estilo próprio, original, dotado de força inventiva e frequentemente de senso de humor”, salientou.

A instantaneidade de transmitir a notícia de qualquer lugar, nenhum veículo de comunicação tem. Só o rádio. Para a internet, para a TV, para a revista a notícia tem que passar primeiro pelo editor, e no rádio não. Pois no rádio os profissionais estabelecem uma relação de confiança muito grande, o que permite a agilidade na hora de noticiar.

Em uma de suas falas, Barbosa citou Mino Carta, diretor de redação da revista Carta Capital, que afirma que o rádio, ao longo se sua história e aprimoramento desenvolveu uma linguagem e um estilo que se tornou típico no Brasil: atraente e moderno. “O rádio sofreu alguns fortes impactos da tecnologia recente que desde então vem transformando decisivamente o dia-a-dia dos meios de comunicação”, afirmou Barbosa.

Em meio a tantas transformações que favoreceram o rádio, Thiago citou o celular - que cada vez mais é um computador. Antigamente o repórter tinha que usar o orelhão (com um saco de fichas) e ficar prestando atenção no “bip” do aparelho para colocar outra ficha para a ligação não cair e não interromper sua entrada ao vivo.

Depois dele, o grande avanço foi os e-mails – que mudaram completamente a rotina de trabalho. “Antes para conseguirmos informações, ligávamos (do telefone da redação) para as pessoas. Hoje divulgamos nossos e-mails para que o ouvinte possa se comunicar com a âncora ou com o apresentador da rádio. Isso é um avanço fantástico, primeiro porque não precisamos mais de duas ou três pessoas atendendo telefone - essas pessoas hoje podem produzir outras tarefas; e a âncora ganha tempo, pois tem o material disponibilizado no e-mail: ele lê e já apresenta ao vivo”, enfatizou Barbosa.

Para o jornalista, da mesma forma que a televisão não matou o rádio, a internet não vai matar também; da mesma maneira que o twitter não vai matar o e-mail. Eles vão continuar convivendo, pois são duas formas de comunicação diferentes que se complementam – e isso é notório no dia-a-dia.

Outro exemplo de que o twitter se mostrou uma ferramenta espetacular, foi o sério acontecimento do dia 10/11/09: o apagão - que afetou parte do país deixando a população sem energia elétrica. O blecaute ocorreu a partir das 22h13, atingiu pelo menos dez estados brasileiros. A região mais afetada foi a Sudeste. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo ficaram totalmente sem luz. Em Minas Gerais, houve blecaute total nas regiões do Triângulo Mineiro e da Zona da Mata.

O apagão também afetou o interior do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, o interior da Bahia e partes de Pernambuco. Do outro lado da fronteira, o Paraguai, que também recebe energia da Usina de Itaipu, ficou às escuras, em consequência do que foi chamado de "efeito dominó".

A grave situação foi anunciada apenas por três emissoras diferentes: SulAmérica Transito, Bandeirantes e Eldorado FM (que entrou em rede com a AM). A SulAmérica não fugiu do seu apelo: o trânsito. Apesar das informações pontuais sobre o apagão, as orientações se voltaram para o deslocamento dos ouvintes pela cidade de São Paulo. A rádio Bandeirantes colocou repórteres, de praticamente todos os estados atingidos, para falar sobre a real dimensão do problema. Já a Eldorado deu voz para um dos novos concorrentes nesse modelo de cobertura: a internet. E mais precisamente, o twitter.

Barbosa explicou que o twitter teve importante função numa situação em que muitas rádios perderam a transmissão. “Naquela noite, muita gente usou o twitter pelo celular. Choveu twitter, e isso nos ajudou demais”, conta o jornalista.

Por isso, o meio alternativo que a população tende a seguir é o rádio o twitter. No meio da escuridão, o fato é que só uma coisa funciona: o rádio. Por mais que alguns tenham aquelas TVs de bolso, à pilha - isso é 001% da população -, o forte, é o rádio. Devido a problemas de rede de energia elétrica se não houvesse o rádio a população estaria em pânico numa situação como o apagão.

Neste caso podemos perceber que a maior convergência das mídas em termos de eficiência, além de interatividade, é o rádio e o twitter. Vamos dar as boas vindas à nova mídia que veio para ficar.

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