quarta-feira, 24 de março de 2010

Ética no Jornalismo

Por Andréa Garbim


Segundo Bill Kovach e Tom Rosenstiel, autores do livro "Os Elementos do Jornalismo", a primeira obrigação do jornalismo é com a verdade. O propósito de Kovach e Rosenstiel é mostrar as principais mudanças do jornalismo nos últimos anos de acordo com o que julgam ser a finalidade dessa profissão, “fornecer informação às pessoas para que sejam livres e capazes de se autogovernar”.

Mas nem sempre o que as emissoras - de TV, rádio, jornais e revistas - divulgam é de relevância para a sociedade, nem sempre os fatos são relatados com verdade e imparcialidade. No Jornalismo não existe imparcialidade! Principalmente no atual contexto em que o capitalismo dita as regras da economia e tudo passa a ter seu valor mercadológico, principalmente a notícia.

Notícia como mercadoria pode e deve ser tratada dentro dos princípios de conduta ética e profissional, sem deixar de lado seu principal objetivo: oferecer boa qualidade de informação, satisfazendo o público com um produto fidedigno.

Com base nas aulas de Ética em Jornalismo é possível constatar que o Código de Ética rege a conduta profissional do jornalista e dos veículos de comunicação. Porém não é raro abrir um jornal ou ver nos programas de TV e nos depararmos com notícias tendenciosas, pejorativas, que visam beneficiar uma das partes, mascarando a verdade dos fatos.

O jornalista em si por vezes deixa essa conduta ética de lado, e é justamente na ética do veículo de comunicação que se encontram os interesses escusos que geralmente caminham em sentido contrário ao Código de Ética que rege a conduta moral e legal do jornalista. Isso se dá por conseqüência do monopólio dos meios, da pressa pela audiência e da guerra pela notícia exclusiva.

Diariamente somos testemunhos de ditos jornalistas atentando contra a moral e os bons costumes das pessoas. É inaceitável que o jornalista concorde com a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos, raciais, de sexo e de orientação sexual.

Precisamos ter muita cautela ao noticiar uma denúncia ou um fato. Podemos citar como exemplo desastroso, o caso da Escola Base, em que seus proprietários e professores foram acusados - por alunos - de abuso sexual. Um delegado “soltou” a informação, sem antes investigar ou apurar a veracidade do fato. Moral da história: eram todos inocentes.

Provar a inocência das pessoas, de nada adiantou, pois suas vidas já estavam destruídas. Por isso, ao publicar uma notícia, o jornalista precisa – antes de tudo, checar várias vezes o mesmo fato - com diferentes fontes, para não incitar erros irreparáveis.

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